Odeio branco, não agüento fundos brancos, nem paredes, nem roupas. Também não agüento tempos sem vento. Na verdade não conheço bem tempos sem ventos, mas às vezes vem uma calmaria branca aguda que me deixa desorientada.
Sonho sempre com tempos sem ventos, eu com um vestido branco, caminhando sem destino, sem tempo, sem contexto.
A verdade é que isso não funciona. Sempre que vem essa calmaria e eu posso direcionar meus ventos internos não sei aonde ir. Um pássaro nunca voa por muito tempo sem destino.
Lutei durante alguns anos contra uma fase roxa. Ela veio calma e tomou conta de tudo. Depois me vi aprisionada nos seus tons e tentei me libertar. Meu objetivo é sempre alcançar o verde, objetivo que nunca alcanço porque o azul sempre me contagia antes que isso aconteça.
Sou azul por natureza, talvez por causa do céu, que me dá a sensação de poder escolher os destinos. Mas sem vento meu azul se torna roxo.
Voei, voei entre zonas e bairros de São Paulo, voei entre sonhos e pesadelos. Senti a adrenalina, senti minha agressividade mudando de faixas, era eu parte do todo. As motos passando como moscas, zumbindo ao passar, buscando frestas em uma cidade já sem espaços, cumprindo sua função orgânica de sobrevivência. Demarcando o nascimento de uma nova espécie urbana.
E o vento. O vento de São Paulo é violento. A cidade é mais violenta que sua criminalidade, que seus pecados originais. Estar em São Paulo é sentir violência entrando por todos os poros, tomando conta dos pensamentos e movimentos.
Voltei. Durante todo o tempo em São Paulo me senti estranhamente em casa, como não me sentia há pelo menos 7 anos. Mas nos últimos dias me lembrei da vida pacata da Europa, ordenada, silenciosa... e ao me lembrar disso, desejei estar de volta.
Voltei. Tudo estava como esperado. O velho cheiro de Europa, as poucas pessoas nas ruas, os poucos sons de carros. Minha casa, eu, meus sonhos inacabados, mal começados.
Não há vento. Em mim sim. Sinto um vulcão em erupção, mas sem abertura.
Sem vento.
Um espaço virtual para os pensamentos que não têm lugar próprio, nem identidade própria, mas que reverberam diariamente no espaço interno da minha existência.
Tuesday, April 13, 2010
Monday, April 12, 2010
The other side of the moon
Now I am back
After everything happened
I saw a reality
I saw myself
The other side of the moon
Now I am back
I see my “real” life
But I just see a dream castle
Nothing seems to be real
I live in a sand castle
I look through the window
And I see dolls walking from nowhere to nowhere
I look at the mirror
I am in the other side
Trying to feel this water
Waiting for the waves
Take me back
To my real life
After everything happened
I saw a reality
I saw myself
The other side of the moon
Now I am back
I see my “real” life
But I just see a dream castle
Nothing seems to be real
I live in a sand castle
I look through the window
And I see dolls walking from nowhere to nowhere
I look at the mirror
I am in the other side
Trying to feel this water
Waiting for the waves
Take me back
To my real life
Wednesday, April 7, 2010
Roda da Vida FDP (ou Amor ao Próximo...)
Sei que é e que nao deveria ser
Sei que é bom
Sei que finalmente há uma chance de mudancas
Sei que é bom para o outro
E para nós também a longo prazo
Há uma rosa a brotar
Só temos que rega-la
As outras rosas do jardim vao perder um pouco de água
Por algum tempo
Mas quando a terceira rosa comecar a brotar
Esse jardim da vida estará mais forte
E as outras rosas vao conhecer o mais lindo perfume
Da vida
Sei que é bom
Sei que finalmente há uma chance de mudancas
Sei que é bom para o outro
E para nós também a longo prazo
Há uma rosa a brotar
Só temos que rega-la
As outras rosas do jardim vao perder um pouco de água
Por algum tempo
Mas quando a terceira rosa comecar a brotar
Esse jardim da vida estará mais forte
E as outras rosas vao conhecer o mais lindo perfume
Da vida
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